Lula oficializa Dia Nacional do Brega: celebração marca reconhecimento histórico ao gênero

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Lei sancionada pelo presidente homenageia Reginaldo Rossi e fixa 14 de fevereiro como data oficial de celebração do brega no país.

O Brasil agora conta oficialmente com o Dia Nacional do Brega, a ser comemorado anualmente em 14 de fevereiro. A lei nº 15.136/2025, sancionada pelo presidente Lula e publicada no Diário Oficial da União, reconhece o brega como parte fundamental do patrimônio cultural brasileiro. A escolha da data presta homenagem ao pernambucano Reginaldo Rossi, ícone do gênero e conhecido como “Rei do Brega”, nascido neste mesmo dia.

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A medida é considerada um marco para a valorização institucional do brega, estilo musical que por décadas foi marginalizado pelos circuitos formais da indústria, apesar de sua forte presença nas periferias urbanas e diversas regiões do Brasil. Parlamentares e artistas celebraram a sanção como uma vitória para milhões de brasileiros que veem no brega uma legítima expressão de emoções, amores e sofrimentos.

Além de reconhecer a importância cultural do gênero, a nova legislação busca consolidar o brega como elemento identitário da música nacional, promovendo maior visibilidade para artistas historicamente negligenciados. A relatora do projeto, senadora Augusta Brito (PT-CE), destacou que o brega “retrata o Brasil real” e merece esse espaço de celebração.

Polêmica marca reconhecimento: Pará e Recife disputam protagonismo no brega

Senador paraense contesta título concedido ao Recife e reforça tradição amazônica no gênero musical.

Apesar da comemoração nacional, a sanção da lei ocorre em meio a uma intensa polêmica entre Pernambuco e Pará sobre quem detém a verdadeira centralidade no cenário do brega. O senador Beto Faro (PT-PA) apresentou recurso contra o projeto que concede ao Recife o título de Capital Nacional do Brega, alegando falta de audiências públicas e defendendo o protagonismo paraense.

Beto Faro argumenta que o Pará foi pioneiro no reconhecimento formal do brega como patrimônio cultural e imaterial, o que ocorreu em 2021. Ele destaca ainda a força da tradição amazônica do gênero, especialmente em Belém e na região Norte, onde o brega possui forte identidade popular, com estilos e manifestações que vão do brega romântico ao tecnobrega.

A controvérsia evidencia uma disputa simbólica e política sobre a origem e a representatividade do brega, gênero marcado por múltiplas influências regionais. Enquanto Recife celebra a homenagem a Reginaldo Rossi, artistas e representantes paraenses seguem mobilizados para garantir o reconhecimento da relevância cultural do Pará na trajetória do brega.

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